domingo, 31 de maio de 2009

Respostas hormonais ao exercício físico


O exercício físico provoca respostas hormonais no organismo que traz alterações fisiológicas e psicológicas. Entre os que atuam para que haja as respostas, encontram-se as endorfinas, hormônio liberado após a prática de atividade física.

Endorfinas:
As endorfinas são substâncias bioquímicas analgésicas segregadas 
pelo cérebro que executam um papel essencial no equilíbrio entre o tônus vital e a depressão. Delas depende que nos encontremos bem ou mal. Além de aliviarem a dor, elas colocam o organismo inteiro em um estado de relaxamento no qual a energia pode atuar livremente e inclusive curar doenças. As endorfinas exercem um importante papel neurotransmissor no sistema nervoso central, possuem a capacidade para despolarizar as membranas celulares, o que diminui o impulso nervoso.Além disso, durante os exercícios, interações entre insulina, glucagon, hormônio do crescimento e as catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) são, na maior parte das vezes, responsáveis pela disponibilidade de carga de substratos e por sua utilização.

Hormônio do crescimento:
O hormônio do crescimento (GH), além de ser um potente agente anabólico, estimula diretamente a lipólise. Suas concentrações encontram-se elevadas durante o exercício, sendo que, quanto mais intenso for o exercício, maior a quantidade liberada deste hormônio.
Catecolaminas:
A atuação em conjunto destes dois hormônios promove, entre outros efeitos, o aumento da taxa metabólica, da liberação de glicose e de ácidos graxos livres no sangue, sendo que o aumento no gasto energético é positivo no combate à obesidade.
Glucagon e insulina:
No exercício, à medida que os níveis plasmáticos de glicose no sangue vão diminuindo, ocorre estimulação da glicogenólise hepática pelo aumento gradual da concentração plasmática de glucagon. Quanto maior a duração do exercício, maior a liberação de glucagon, sendo que, em exercícios moderados de curta duração, observa-se diminuição nos seus níveis plasmáticos.
O efeito do exercício na concentração de insulina é o contrário do que ocorre com o glucagon, estando suas concentrações diminuídas no período de atividade. Os fatores que podem levar à diminuição da insulina são o aumento da velocidade de transporte de glicose para dentro das células musculares, a ação das catecolaminas e a liberação de glucagon. A diminuição dos níveis de insulina é proporcional à intensidade do exercício, sendo que, em exercícios prolongados, ocorre um progressivo aumento na obtenção de energia proveniente da mobilização de triacilglicerois. Desta forma, o exercício torna-se importante por facilitar a captação de glicose e diminuir os níveis de insulina, sendo positivo para o indivíduo portador de diabetes.


Bibliografia:
• http://www.efdeportes.com/efd129/efeitos-metabolicos-e-hormonais-do-exercicio-fisico.htm
• MAUGHAN, Ron; GLEESON, Michael; GREENHAFF, Paul L. Bioquímica do exercício e treinamento. Ed. Manole Ltda, São Paulo, 2000.
• LAWSON, J. Endorfinas: a droga da felicidade. Ed. Eko, Santa Catarina, 1998.

Postado por: Rafaella Santin


Overtraining: excesso de exercício físico

Todos nós sabemos que o exagero, nas maioria dos caso, acaba proporcionando resultados diferentes dos inicialmente desejados.
Por que então seria diferente quando falamos de exercício físico?
O excesso de exercíco desestabiliza o corpo e provoca inúmeros sintomas perceptíveis, quando está em um estágio extremamente prejudicial.
Esse exagero ocasiona uma síndrome chamada overtraining, inicialmente diagnosticada somente em atletas e hoje encontrada em pessoas de diferentes idades, sexo e atividade profissional.O overtraining pode ser definido como sendo a condição na qual as pessoas apresentam baixo nível de desempenho, apesar do treinamento continuado ou até mesmo aumentado (Maughan, Gleeson e Greenhaff, 2000).
O estado de overtraining conduz a uma resposta de estresse, intensificada pelo tempo insuficiente de recuperação entre os períodos de atividade. Como conseqüências do overtraining, vários tipos de lesões músculoesqueléticas podem surgir, dentre as quais destacam-se os chamados microtraumas, que podem ser definidos como sendo traumas que não causam dor, edema ou impotência funcional, mas que, pela repetição excessiva de exercícios, produzem lesões no tecido muscular, surgindo, assim, as lesões causadas por overtraining.
O mecanismo do excesso de treinamento é um círculo vicioso. O primeiro
sintoma é a falta de rendimento no exercício, causada por um excesso de
treinamento, que, por sua vez, leva ao aumento da prática de atividades
físicas.Segundo Fernando Torres, médico do esporte da Unifesp e da
Fórmula Academia, ao perceber que não está obtendo o resultado desejado, a pessoa acredita que é porque está malhando pouco e aumenta a dose, quando deveria descansar.
Intensificando o treinamento, a pessoa começa a sentir os outros sintomas do overtraining. Eles vão de aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos a insônia, irritabilidade e queda do sistema imunológico.
O overtraining é dividido em dois tipos: overtraining tipo parassimpaticotônico e overtraining tipo simpaticotônico.A síndrome de origem parassimpaticotônica é caracterizada pela predominância de processos de inibição, fraqueza física e falta de atividade motora. O atleta pode dizer que não se sente cansado, mas não se encontra em condições de mobilizar energia necessária para participar de um evento esportivo. O atleta em repouso pode não apresentar sintoma algum, mas os mesmos podem sobrevir furtiva e inesperadamente.Ocorrem também manifestações de ordem depressiva e neurohormonais, apatia e baixa freqüência cardíaca de repouso. Esse tipo afeta atletas altamente treinados em esportes aeróbios como triatlon, natação de longa distância, maratona e ciclismo de estrada e é mais comum em indivíduos mais velhos, com maior tempo de vida desportiva.
O tipo simpaticotônio é fácil de diagnosticar, pois o atleta sente-se doente e existe um grande número de sinais e sintomas indicadores como: anorexia, perda de peso corporal, sudorese, dores de cabeça, falta de energia, aumento de freqüência cardíaca basal e da pressão arterial, irritabilidade, insônia, inapetência, dificuldade de concentração, arritmias, aumento da resposta aguda das catecolaminas, adrenalina e noradrenalina, etc...Trata-se de uma resposta prolongada ao estresse, precedendo a exaustão, que acomete atletas mais jovens de esportes anaeróbios que envolvem velocidade, força e potência. Quantidades excessivas de treinamento, ansiedade e acúmulo de competições com intervalos insuficientes de recuperação são geralmente mencionados como fatores causadores de overtraining simpaticotônico. A ansiedade de ter que produzir esforços máximos no treinamento todo dia e competir em um grande número de eventos pode ser emocionalmente estressante, particularmente se o atleta é muito ansioso.
Muitos dias de treinamento intencionalmente pesado são seguidos por alguns dias de treinamento mais leve e descanso para que se consiga atingir a supercompensação e o ápice do desempenho.Portanto, para se conseguir o resultado desejado devemos nos manter bem longe da atividade fisíca exagerada.
Mantendo uma alimentação equilibrada, variando o tipo de exercício, respeitando o tempo de recuperação do corpo e sem esquecer de manter a frequência ideal de batimentos cardíacos, conseguiremos cuidar do nosso corpo e prevenir a síndrome do overtraining.

BIBLIOGRAFIA:
http://www.allanedfisicaartigos.hpg.ig.com.br/carreira/43/index_int_4.html
http://listas.cev.org.br/pipermail/cevleis/2004-July/006769.html
http://portaldocoracao.uol.com.br/exercicios-fisicos.php?id=2407#

Postado por Ana Luísa Barreto